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sábado, março 6

com a ponta dos dedos

tenho essa mania, essa compulsão de não ser compulsivo. Uma mania de não fazer com intensidade por mais que a intensidade me agrade, de tocar com a ponta dos dedos, sentir com a ponta dos dedos, viver com a ponta dos dedos. Me excedo na compostura, na contenção, na frialdade. Me seguro demais na minha insegurança e deixo a vida passar, deixo as pessoas passarem, os momentos passarem...
Fico aqui parado, sendo espectador de minha própria vida, pacata demais, parada de mais, de menos demais; insustentável na sua leveza, uma leveza que parece imposta, mas que eu escolhi me impor, sabe lá Zeus o porquê.
Sem mais delongas queria simplesmente ser capaz de me expor, de me desnudar como os índios, de me descobrir para os outros tanto quanto me descubro a mim mesmo.